Jogos da Sega no Nintendinho 8 bits. Pode?
A Nintendo e a Sega na época áurea dos jogos 8 bits (NINTENDINHO x MASTER SYSTEM) e 16 bits (SUPER NINTENDO x MEGA DRIVE) eram grandes rivais, que nos renderam grandes títulos além do salto na tecnologia dos games, que vivenciamos até hoje. Sendo concorrentes diretos então era impossível na época os games exclusivos da SEGA aparecem no Nintendo, certo? Nem tanto… Vem com a gente nessa nova matéria!
Na época dos 8-bits principalmente, o sonho de de todo gamer seria um adaptador que poderia rodar jogos entre os sistemas, onde no underground gamer, sempre aparecia alguém que tinha um “amigo do primo do conhecido” que tinha um adaptador para tal, porém as revistas de games da época começaram a jogar por água tais teorias:
(Ação Games – n.01 e Revista Videogame – n.03, ambas de maio/1991)
Hoje conseguimos rodar vários consoles por emuladores em um único computador, mas na época, tínhamos que nos contentar em jogá-los na casa de um amigo mesmo que tinha o outro aparelho.
Mas eis que surgem as empresas Asmik, Takara, Sunsoft e Tengen (essa última empresa da ATARI) que resolveram converter jogos famosos da SEGA para o NINTENDINHO 8 bits, e o mais impressionante que a SEGA autorizou sim tais conversões, pois entendeu que faturaria ainda mais $$$ com o licenciamento, o maior problema veio da Nintendo, principalmente com a TENGEN, pois a política imposta com as parceiras “third-parthies” eram rígidas e as exigências eram como mandamentos:
1) lançamento de 5 jogos de cada produtora por ano;
2) dentro de 2 anos o mesmo game não poderia sair pra outro aparelho;
3) somente a Nintendo fornece os cartuchos;
4) teste e avaliação do game pela própria Nintendo.
A TENGEN e seus games fora do padrão Nintendo para o Nintendo…
A TENGEN, que já havia convertido Gauntlet (da própria ATARI), RBI Baseball (NAMCO) e Pac-Man (NAMCO) ao Nintendinho 8 bits, também queria levar seus games para outros consoles, mas a Nintendo não concordou. Com isso a TENGEN conseguiu piratear fazer seu próprio chip para permitir que seus games funcionassem no Nintendinho, em cartuchos pretos (ao invés de cinza) e não autorizados (sem o selo de qualidade) e ainda processou a Nintendo por Monopólio. Já a Nintendo culpou a TENGEN por ter burlado a trava.
As propagandas da TENGEN prometiam os gandes clássicos dos arcades na sua casa e no seu NES.. Será?
No final, as empresas acabaram se entendendo no final, em um acordo em 1994. A TENGEN acabou no momento que a WARNER adquiriu a ATARI, mas os jogos estão ae para serem apreciados (ou não) para todos! 🙂
Infelizmente não temos uma versão do Alex Kidd in Miracle World, mas as versão do After Burner superou as expectativas. Vejam agora os games lançados:
After Burner
Produção: Tengen (EUA) e Sunsoft (Japão: After Burner II)
Desenvolvimento: Sega
Lançamento: 1989
Esse é o jogo mais “confuso” por possuir dois nomes, mas é considerado a melhor conversão. O jogo nos EUA recebeu a versão After Burner, mas a versão japonesa é conhecida como After Burner II, apesar de ser basicamente o mesmo jogo com “algumas” alterações. Na adaptação para NES o caça F-14 foi reduzido e no geral o game ficou inferior ao Master System. Nas diferenças das versões, a japonesa foi lançada posterior a americana pela Sunsoft que melhorou os gráficos, deixou a tonalidade mais escura do mar (primeira fase) destacando a diferença entre céu e mar, além de ter melhorado a qualidade das músicas.
O cartucho americano sem o padrão Nintendo e sem o “selo de qualidade”
A esquerda a versão americana e a japonesa à direita exibia “After Burner II”, embora o jogo fosse o mesmo.
O logo da Tengen (USA) / Sunsoft (Japão) substituía o da SEGA nos porta-aviões
Alien Syndrome
Produção: Sunsoft (Japão) e Tengen (EUA)
Desenvolvimento: Sega
Lançamento: 1988 (Japão) e 1989 (EUA)
Na missão de salvar refugiados dos aliens, as versões americana e japonesa do game eram iguais, mas a jogabilidade era mais lenta que no arcade, mas no contexto geral, a versão do NES era mais fiel ao arcade que a do Master System, pois tinha menos armas (laser e o lança-chamas foram excluídos), não possuía mapa e o design dos estágios ficou mal desenvolvido.
O cartucho “não licenciado” da Tengen
A visão do game vista de cima
Altered Beast
Produção: Asmik (Japão)
Desenvolvimento: Sega
Lançamento: 1990
Clássico absoluto da Sega, principalmente do Mega Drive que mostrava as transformações do personagem como uma “revolução”, Zeus ressucita um antigo guerreiro e o ordena ele resgate a sua filha, Athena. Comparada às versões do Master System e Mega Drive, a do Nintendinho é a mais fraquinha e foi lançado apenas no Japão. As informações de energia e outras do personagem deixam a tela do jogo minúscula, mas agora possui 3 estágios inéditos com as novas transformações: pássaro, tigre e tubarão.
O cartucho do game feito pela Asmik, lançado apenas no Japão
A tela dividida quase pela metade deixando a tela de jogo minúscula
Salvando Athena…
Fantasy Zone
Produção: Sunsoft (Japão) e Tengen (EUA)
Desenvolvimento: Sega
Lançamento: 1987 (Japão) e 1989 (EUA)
O Opa-Opa que é a nave / personagem principal do game, foi um dos primeiros mascotes da SEGA, mas não chegou a ganhar esse título. O game é um shotter lateral, onde o jogador quem decide pra qual lado seguir (esquerda ou direita), em uma época onde os jogos estilo “navinha” já faziam sucesso. A Sunsoft quem desenvolveu Fantasy Zone ao Famicom (NES) no Japão e mesmo não possuindo uma coloração “boa”, possuia o indicador dos geradores que não estava presente na versão do Master System.
Dois anos após o lançamento a Tengen lançou a versão do game nos EUA, mas em uma versão diferente e com gráficos bem mais mal acabados.
Opa-Opa sofreu na mesma moeda que a capa do Mega Man I de Nintendinho
A esquerda a versão japonesa e a direita a versão americana
Pode-se notar diferenças claras entre as versões, nas cores, design e os contadores na parte inferior são completamente diferentes
Fantasy Zone II: The Teardrop of Opa-Opa
Produção: Sunsoft (Japão)
Desenvolvimento: Sega
Lançamento: 1988
Lançado somente no Japão pela Sunsoft, é um novo jogo da série, com mais mudanças. Agora fases em seções, podendo alternar as fases com portais. Sem radar em definitivo e acesso ao Shop em qualquer momento do game. Mas o game é malfeito desde o seu original e o game convertido para o Famicom (o NES japonês) também sofreu, com slowdowns que decorriam durante todo tempo, mesmo com poucos elementos em tela.
O cartucho do Famicon (o NES japonês)
A tela inicial do game
o jogo possui um framerate bem reduzido, além de ter perdido nas cores que é uma marca da série
Shinobi
Produção: Tengen (EUA)
Desenvolvimento: Sega
Lançamento: 1989
Na missão de como um ninja, salvar as crianças do clã Oboro raptadas pela corporação Zeed, a versão do NES é baseada na versão do Master System mas se perdeu na jogabilidade, visual mal acabado, e as cores não se encaixam bem como por exemplo, o céu “rosado” ao fundo, as crianças sequestradas sem cores, os som estranho do pulo, dentre outros detalhes. Lançado apenas nos EUA, vale uma jogada mas não espere uma experiência como no fliperama ou até mesmo no Master System.
A capa com o personagem principal que não tem máscara no game
O ninja tá com olho mais “esbugalhado” que o normal
O céu “rosa”, cores mal utilizadas e personagens sem detalhes / definição
Space Harrier
Produção: Takara (Japão)
Desenvolvimento: Sega
Lançamento: 1988
O único jogo da Sega convertido pela Takara para o Famicom (o NES japonês), e lançado apenas no Japão, conta a história de Harrier que voa atirando com sua bazuca se movimentando pela Fantasy Zone, com dragões, robôs, cabeças de pedra e mamutes-ciclope em um total de 18 fases. Essa versão traz sprites pequenos e apesar de ser mais lento que o fliperama tem um bom framerate, mas não possui vozes, mas explorou bem as limitações do NES.
A tela reproduz bem a original na paleta de cores do NES
O framerate do game não fica muito prejudicado, mesmo com muito inimigos na tela
As “third-parthies” conseguiram a licença da SEGA para os games, e fizeram o que foi possível no NES, mas se fosse tão bom quanto nos consoles da SEGA, não teria motivo para adquirir os consoles da SEGA e jogar a experiência mais próxima dos fliperamas.
Imprimir artigo | Este artigo foi escrito por admin em 10 de julho de 2016 às 19:39, e está arquivado em Diversos. Siga quaisquer respostas a este artigo através do RSS 2.0. Você pode deixar uma resposta ou fazer um trackback do seu próprio site. |